quinta-feira, 30 de agosto de 2007

COMO IDENTIFICAR AS HABILIDADES LEITORAS

E-mail: vicente.martins@uol.com.br



Uma notícia me chega, por e-mail, vinda do malote do MEC: as provas da Prova Brasil e Saeb serão aplicadas no período de 5 a 20 de novembro de 2007, em todo o País. Como se sabe, a Prova Brasil avalia alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, da rede pública e urbana de ensino. A avaliação é universal, portanto, oferece resultados para o Brasil, para cada unidade da Federação, município e escola participantes. Os resultados da Prova Brasil são a base para o cálculo dos Idebs de cada município e escola, ao lado das taxas de aprovação nessas esferas.
Releio a notícia governamental e me inculco com as coisas que tenho ouvido falar a respeito das iniciativas de governo, antes, durante e, certamente, pós-Lula. Há uma idéia ou equívoco histórico sobre os que os governam fazem em prol da educação, fruto de um senso comum, de que tudo que vem do setor público não presta. Isso não é verdade. É necessário que tenhamos senso, apenas senso no tocante à coisa pública, que pertence, pois, a todos que fazem a sociedade. Não se pode generalizar uma crítica sobre os conflitos de gestão governamental com o que ocorre no interior dos serviços e equipamentos sociais. Na década de 80, no século passado, a universalização do ensino fundamental, direito público subjetivo, era um compromisso constitucional, hoje, uma realidade social. A educação e os que fazem a sua gestão ainda não são o que há de melhor no Brasil e no mundo.
Há iniciativas interessantes e realmente inspiradoras em algumas das ações dos governos federal, estadual e municipal.. Refiro-me aqui ao ente federal e às iniciativas do MEC (Ministério da Educação e Cultura), através do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), em particular. Realmente, é preciso bom senso para não se generalizar ilusões de ótica ou juízos equivocados sobre os programas em prol da melhoria da qualidade de ensino em nosso País. Um bom exemplo é a experiência do Prova Brasil, no meu entendimento, mais do que uma prova, uma ferramenta educacional preciosa e de grande utilidade para o diagnóstico das dificuldades em leitura, na escola. Quando me pedem um diagnóstico das dificuldades leitoras, proponho, sempre, as ferramentas de observação e análise do Prova Brasil ou do antigo, mas, ainda, não sepultado SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica).
O Prova Brasil, levada a efeito, periodicamente, pelo MEC, com a participação de escolas públicas, municipais e estaduais, identifica as habilidades leitoras das crianças e jovens da educação básica e seus descritores (habilidades e competências requeridas aos alunos no campo do ensino da língua materna) podem ser parâmetros de observação de determinado aluno, turma, ou mesmo a escola. É uma prova, enfim, que nos diz, em forma de protocolo de observação, por nível de competência, como está desenvolvimento capacidade de aprendizagem do aluno, através da leitura, escrita e cálculo. É, em substância, um diagnóstico seguro sobre o nível de aprendizado de leitura dos alunos da educação básica.
A iniciativa governamental, o Prova Brasil, cumprindo um desiderato da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 9.394/96, foi idealizado para produzir informações sobre o ensino oferecido por município e escola, individualmente, com o objetivo de auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar no estabelecimento de metas e implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino. Para os docentes, um mapa importante para guiar uma instrução direcionada para a qualidade do ensino e garantir, pois, a aprendizagem dos conteúdos, competências e habilidades curriculares.No tocante à prova de Língua Portuguesa (com foco em leitura), o que nos interessa no presente artigo, é dizer que o instrumento avaliativo é simples e muito objetivo: os alunos devem responder a questões tecnicamente elaboradas, em níveis de dificuldades crescentes, a partir do que está previsto para aquisição e desenvolvimento de habilidades e competências nas séries da educação escolar, em seus currículos escolares, em todas as unidades da Federação e, ainda, nas recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Além das provas de Língua Portuguesa e Matemática, os alunos respondem a um questionário que coleta informações sobre seu contexto social, econômico e cultural. O questionário ilumina ainda mais os dados da realidade: o que os alunos apresentam como resultados de sua real aprendizagem decorre das suas condições de vida, de moradia, da oferta de ensino em sua escola? Buscar a resposta é um desafio prazeroso para quem sabe o valor de se avaliar os alunos a partir das práticas sociais.

Para nós educadores, o Prova Brasil, inspirado na objetividade, inteligência e engenhosidade do SAEB, de natureza oficial (ou, quem sabe, de caráter estatal), é inspirador para docentes e gestores educacionais tanto de escolas públicas como escolas privadas. A matriz de língua portuguesa, por exemplo, focaliza o processo leitor, especialmente a compreensão leitora, e, mais do que uma simples “prova de verificação de rendimento”, o Prova Brasil é de grande utilidade para o diagnóstico dos problemas de leitura em sala de aula ou na escola, como um todo.

O Prova Brasil não é um Provão, uma prova para meter medo e pavor nas pessoas, e sim, é uma salutar provocação para aqueles que fazem educação em nosso Pais e sabem que as dificuldades, aflições, inquietações, no campo educacional, são muitos e de natureza diversa, mas educar é cotidianamente aceitar o desafio de formar crianças, jovens e adultos para a cidadania e para o desenvolvimento humano, disposição, pois, que põe à prova a crença pedagógica, a força moral, a fé religiosa, as experiências docentes e as convicções ou todas as formas de senso, daquilo que consideramos certo ou errado na formação escolar.
A partir da matriz descritora de Língua Portuguesa, podemos observar, à luz das ciências cognitivas, quais os níveis de dificuldades leitoras e quais são, também, especificamente, para cada domínio ou competência em leitura, as habilidades leitoras requeridas aos alunos do ensino fundamental e ensino médio, descritores importantes para uma exigência de um ensino de leitura eficaz e eficiente, na rede escolar de ensino, mas com garantia de qualidade e com explícita finalidade emancipatória, uma vez que só a leitura, a escrita e o cálculo podem favorecer o desenvolvimento da capacidade de aprender. Para maiores detalhamento das diretrizes governamentais sobre o Provão, é interessante acessar o site do INEP, no seguinte endereço:
http://www.inep.gov.br/basica/saeb/prova_brasil/.
Competências leitoras
Habilidades cognitivas
Procedimentos de Leitura
– Emprego de estratégias para localizar informações explícitas e inferir informações implícitas em um texto.
Implicações do Suporte, do Gênero ou do Enunciador na Compreensão do Texto
– Interpretação de gêneros textuais variados – veiculados em diferentes suportes, como jornais, revistas, livros didáticos ou literários – e identificação da finalidade de um texto em função de suas características, como o conteúdo, a utilização ou não de recursos gráficos e o estilo de linguagem.
Relação entre Textos
- Identificação, comparação e análise de idéias ou abordagens sobre um mesmo fato ou tema expresso em textos de gêneros variados, produzidos e veiculados em distintos contextos históricos, sociais e culturais.
Coerência e Coesão no Processamento do Texto
- Identificação de elementos que colaboram para a construção da seqüência lógica entre as idéias e permitem estabelecer relações entre as partes de um texto.
Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido
- Construção e antecipação de significados a partir de recursos expressivos, como ortografia, pontuação, ironia, humor e outras notações, que possibilitam uma leitura para além dos elementos evidentes na superfície do texto.
Variação Lingüística
- Reconhecimento das marcas lingüísticas que permitem identificar o locutor e o interlocutor no texto, compreender os enunciados e avaliar sua adequação às diferentes situações de interação


HABILIDADES LEITORAS REQUERIDAS PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA (Descrição dos Níveis da Escala )
Nível: 125
A partir de textos curtos, como contos infantis, histórias em quadrinhos e convites, os alunos da 4ª e da 8ª séries:
( )
localizam informações explícitas que completam literalmente o enunciado da questão;
( )
inferem informações implícitas;
( )
reconhecem elementos como o personagem principal;
( )
interpretam o texto com auxílio de elementos não-verbais;
( )
identificam a finalidade do texto;
( )
estabelecem relação de causa e conseqüência, em textos verbais e não-verbais; e
( )
conhecem expressões próprias da linguagem coloquial.
Nível: 150
Além das habilidades anteriormente citadas, neste nível, os alunos da 4ª e da 8ª séries:
( )
localizam informações explícitas em textos narrativos mais longos, em textos poéticos, informativos e em anúncio de classificados;
( )
localizam informações explícitas em situações mais complexas, por exemplo, requerendo a seleção e a comparação de dados do texto;
( )
inferem o sentido de palavra em texto poético (cantiga popular);
( )
inferem informações, identificando o comportamento e os traços de personalidade de uma determinada personagem a partir de texto do gênero conto de média extensão, de texto não-verbal ou expositivo curto;
( )
identificam o tema de um texto expositivo longo e de um texto informativo simples;
( )
identificam o conflito gerador de um conto de média extensão;
( )
identificam marcas lingüísticas que evidenciam os elementos que compõem uma narrativa (conto de longa extensão); e
( )
interpretam textos com material gráfico diverso e com auxílio de elementos não-verbais em histórias em quadrinhos, tirinhas e poemas, identificando características e ações dos personagens
Nível: 175
Este nível é constituído por narrativas mais complexas e incorporam novas tipologias textuais (ex.: matérias de jornal, textos enciclopédicos, poemas longos e prosa poética). Nele, os alunos da 4ª e da 8ª séries:
( )
localizam informações explícitas, a partir da reprodução das idéias de um trecho do texto;
( )
inferem o sentido de uma expressão, mesmo na ausência do discurso direto;
( )
inferem informações que tratam, por exemplo, de sentimentos, impressões e características pessoais das personagens, em textos verbais e não-verbais;
( )
interpretam histórias em quadrinhos de maior complexidade temática, reconhecendo a ordem em que os fatos são narrados;
( )
identificam a finalidade de um texto jornalístico;
( )
localizam informações explícitas, identificando as diferenças entre textos da mesma tipologia (convite);
( )
reconhecem elementos que compõem uma narrativa com temática e vocabulário complexos (a solução do conflito e o narrador);
( )
identificam o efeito de sentido produzido pelo uso da pontuação;
( )
distinguem efeitos de humor e o significado de uma palavra pouco usual;
( )
identificam o emprego adequado de homonímias;
( )
identificam as marcas lingüísticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de gêneros distintos; e
( )
reconhecem as relações semânticas expressas por advérbios ou locuções adverbiais e por verbos.
Nível: 200
A partir de anedotas, fábulas e textos com linguagem gráfica pouco usual, narrativos complexos, poéticos, informativos longos ou com informação científica, os alunos da 4ª e da 8ª séries:
( )
selecionam entre informações explícitas e implícitas as correspondentes a um personagem;
( )
inferem o sentido de uma expressão metafórica e o efeito de sentido de uma onomatopéia;
( )
inferem a intenção implícita na fala de personagens, identificando o desfecho do conflito, a organização temporal da narrativa e o tema de um poema;
( )
distinguem o fato da opinião relativa a ele e identificam a finalidade de um texto informativo longo;
( )
estabelecem relações entre partes de um texto pela identificação de substituições pronominais ou lexicais;
( )
reconhecem diferenças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos;
( )
estabelecem relação de causa e conseqüência explícita entre partes e elementos em textos verbais e não-verbais de diferentes gêneros;
( )
identificam os efeitos de sentido e humor decorrentes do uso dos sentidos literal e conotativo das palavras e de notações gráficas; e
( )
identificam a finalidade de um texto informativo longo e de estrutura complexa, característico de publicações didáticas
Nível: 225
Os alunos da 4ª e da 8ª séries:
distinguem o sentido metafórico do literal de uma expressão;
localizam a informação principal;
localizam informação em texto instrucional de vocabulário complexo;
identificam a finalidade de um texto instrucional, com linguagem pouco usual e com a presença de imagens associadas à escrita;
inferem o sentido de uma expressão em textos longos com estruturas temática e lexical complexas (carta e história em quadrinhos);
estabelecem relação entre as partes de um texto, pelo uso do "porque" como conjunção causal; e
identificam a relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial ou conjunção comparativa.
Os alunos da 8ª série, neste nível, são capazes ainda de:
( )
localizar informações em textos narrativos com traços descritivos que expressam sentimentos subjetivos e opinião;
( )
identificar o tema de textos narrativos, argumentativos e poéticos de conteúdo complexo; e
( )
identificar a tese e os argumentos que a defendem em textos argumentativos.
Nível: 250

Utilizando como base a variedade textual já descrita, neste nível, os alunos da 4ª e da 8ª séries:
( )
localizam informações em paráfrases, a partir de texto expositivo extenso e com elevada complexidade vocabular;
( )
identificam a intenção do autor em uma história em quadrinhos;
( )
depreendem relações de causa e conseqüência implícitas no texto;
( )
identificam a finalidade de uma fábula, demonstrando apurada capacidade de síntese;
( )
identificam a finalidade de textos humorísticos (anedotas), distinguindo efeitos de humor mais sutis;
( )
estabelecem relação de sinonímia entre uma expressão vocabular e uma palavra; e
( )
identificam relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar, conjunção temporal ou advérbio de negação, em contos.
Os alunos da 8ª série conseguem ainda:
( )
inferir informação a partir de um julgamento em textos narrativos longos;
( )
identificar as diferentes intenções em textos de uma mesma tipologia e que tratam do mesmo tema;
( )
identificar a tese de textos argumentativos, com linguagem informal e inserção de trechos narrativos;
( )
identificar a relação entre um pronome oblíquo ou demonstrativo e uma idéia; e
( )
reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de recursos morfossintáticos.
Nível: 275
Na 4ª e na 8ª séries, os alunos:
identificam relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar, advérbio de tempo ou termos comparativos em textos narrativos longos, com temática e vocabulário complexos;
diferenciam a parte principal das secundárias em texto informativo que recorre à exemplificação; e
Os alunos da 8ª série são capazes de:
( )
inferir informações implícitas em textos poéticos subjetivos, textos argumentativos com intenção irônica, fragmento de narrativa literária clássica, versão modernizada de fábula e histórias em quadrinhos;
( )
interpretar textos com linguagem verbal e não-verbal, inferindo informações marcadas por metáforas;
( )
reconhecer diferentes opiniões sobre um fato, em um mesmo texto;
( )
identificar a tese com base na compreensão global de artigo jornalístico cujo título, em forma de pergunta, aponta para a tese;
( )
identificar opiniões expressas por adjetivos em textos informativos e opinião de personagem em crônica narrativa de memórias;
( )
identificar diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (ex.: anáforas ou pronomes relativos, demonstrativos ou oblíquos distanciados de seus referentes);
( )
reconhecer a paráfrase de uma relação lógico-discursiva;
( )
reconhecer o efeito de sentido da utilização de um campo semântico composto por adjetivos em gradação, com função argumentativa; e
( )
reconhecer o efeito de sentido do uso de recursos ortográficos (ex.: sufixo diminutivo).
Nível: 300
Os alunos da 4ª e da 8ª séries:
identificam marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto, caracterizadas por expressões idiomáticas.
Os alunos da 8ª série:
( )
reconhecem o efeito de sentido causado pelo uso de recursos gráficos em textos poéticos de organização sintática complexa;
( )
identificam efeitos de sentido decorrentes do uso de aspas;
( )
identificam, em textos com narrativa fantástica, o ponto de vista do autor;
( )
reconhecem as intenções do uso de gírias e expressões coloquiais;
( )
reconhecem relações entre partes de um texto pela substituição de termos e expressões por palavras pouco comuns;
( )
identificam a tese de textos informativos e argumentativos que defendem o senso comum com função metalingüística;
( )
identificam, em reportagem, argumento que justifica a tese contrária ao senso comum;
( )
reconhecem relações de causa e conseqüência em textos com termos e padrões sintáticos pouco usuais;
( )
identificam efeito de humor provocado por ambigüidade de sentido de palavra ou expressão em textos com linguagem verbal e não-verbal e em narrativas humorísticas; e
( )
identificam os recursos morfossintáticos que agregam musicalidade a um texto poético.
Nível: 325
Além de todas as habilidades descritas nos níveis anteriores, os alunos da 8ª série, neste nível:
( )
identificam informações explícitas em texto dissertativo argumentativo, com alta complexidade lingüística;
( )
inferem o sentido de uma palavra ou expressão em texto jornalístico de divulgação científica, em texto literário e em texto publicitário;
( )
inferem o sentido de uma expressão em texto informativo com estrutura sintática no subjuntivo e vocábulo não-usual;
( )
identificam a opinião de um entre vários personagens, expressa por meio de adjetivos, em textos narrativos;
( )
identificam opiniões em textos que misturam descrições, análises e opiniões;
( )
interpretam tabela a partir da comparação entre informações;
( )
reconhecem, por inferência, a relação de causa e conseqüência entre as partes de um texto;
( )
reconhecem a relação lógico-discursiva estabelecida por conjunções e preposições argumentativas;
( )
identificam a tese de textos argumentativos com temática muito próxima da realidade dos alunos, o que exige um distanciamento entre a posição do autor e a do leitor;
( )
identificam marcas de coloquialidade em textos literários que usam a variação lingüística como recurso estilístico; e
( )
reconhecem o efeito de sentido decorrente do uso de gíria, de linguagem figurada e outras expressões em textos argumentativos e de linguagem culta.
Nível 350
( )
superdotado

Se observarmos cada um dos itens acima da matriz de língua portuguesa, veremos que é uma questão de bom senso e não de senso comum a constatação da validade deste instrumento governamental na verificação no aprendizado ou não-aprendizado da leitura das crianças.

Se eu fosse filósofo, diria, a respeito dessa questão, que quando somos orientados apenas pelo senso comum, temos opiniões, idéias e concepções que, prevalecendo em um determinado contexto social, se impõem como naturais e necessárias, mas não evocam, de nossa memória histórica e social, reflexões ou questionamentos maduros e críticos. É insofismável que o Prova Brasil atravessa o liame do senso comum.

Conhecer bem o instrumento de avaliação de aprendizagem, que é o Prova Brasil, e, também saber como aplicar seus procedimentos em nossa escola, parece-me, decididamente, que nos leva um senso prático e este, por sua vez, leva-nos a um engajamento educacional e não a um atrelamento político das iniciativas de governo, e assim, como quero aqui salientar, conduz-nos à formação de um senso crítico e do exercício do bom senso.

Bom senso, como dizem os filósofos, é a capacidade, poder ou aptidão de distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau, o bem do mal, em questões corriqueiras, que não careçam de soluções técnicas, científicas ou não exijam raciocínio elaborado. Mais do que uma questão de bom senso, avaliar a importância de aplicar o Prova Brasil na rede pública de ensino e, posteriormente, nas instituições privadas de ensino, é, na verdade, um exercício de senso crítico, uma vez que passamos a apreciar e julgar, com ponderação e discernimento, as coisas, sejam públicas ou privadas;

Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail:
vicente.martins@uol.com.br


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